Foi esta a frase que ouvi há dias numa rua do Montijo durante as festas de São Pedro.
Não foi a primeira, nem certamente será a última vez que a ouvirei, mas isto leva-me a questionar sobre afinal quais são os sítios onde posso levar a minha cadela, sem me fazerem sentir incomodada? E a questão é que não existe. Tudo por uma questão cultural, e não propriamente logística.
Esta situação fez-me lembrar uns dias que passei na lindíssima cidade de Verona em Itália.
Verona |
Nesta cidade os animais podem entrar em todo o tipo de lojas e cafés (até na FNAC, pasmem) sem que eles ou os donos sejam considerados criminosos da pior espécie.
Nas ruas, mais pessoas com animais do que alguma vez vi em qualquer país onde já estive, e no entanto, nem um cocó por apanhar nas estradas, passeios e relvas.
O segredo?
Civismo.
Por saberem que o dono irá tomar todas as providências para que o animal se comporte não vêm motivo para duvidar ou ficarem chateados. Além disso o facto de os animais serem uma presença constante faz com que menos pessoas tenham medo.
QUem tem um cão em Portugal sabe que há mais pessoas com medo de cães do que pedras nas calçadas portuguesas. Por todo o lado que se ande há pessoas a ficarem assustadas, desviarem-se ou até mudarem de passeio.
Culpados?
Muitas vezes os donos que não controlam o que deviam, mas principalmente a mentalidade tacanha de quem não tem animais é a principal culpada.
Eu sou responsável pela minha cadela, tenho-a presa quando ando com ela nas ruas, apanho os cocós que faz e não entro com ela em qualquer tipo de estabelecimento e mesmo assim sou olhada com desaprovação.
Mas a verdade, é que vou continuar a leva-la a todos os sítios que possa, pois não acho justo que por uns não verem além das palas que têm nos olhos, eu não possa deixar a minha Dalí, que eu adoro e que faz parte da nossa pequena família, comer uma ponta da minha fartura nas festas do Montijo.