Dalí & Cia: CASCATA DE DUDHSAGAR, GOA, INDIA

O propósito deste blog é, entre outras coisa, partilhar dicas de viagem, por isso, aproveitando a última viagem ao estrangeiro que fizemos em Dezembro do ano passado, partilho com vocês uma das mais bonitas cascatas da Índia, e todas as dicas de como lá chegar, nomeadamente como lá chegar sem perder a carteira pelo caminho.

A propósito de carteira, e em tom de aviso, os meus posts serão sempre no sentido de viajar, aproveitar e poupar (é um bom lema), por isso não se admirem se a questão monetária vier muito à baila. Este aspecto é um dos que mais preocupa os viajantes e sobre o qual menos informação conseguimos encontrar na internet, nomeadamente em Português e em Euros, que no fundo é o que nos interessa.

Só para abrir o apetite vai já aqui uma foto da dita cuja

Bonita não é? Aliás Cénica.

A cascata de Dudshagar situa-se na zona do parque natural de Mollem no estado de Goa na Índia.

A linha férrea que passa junto à cascata deve ser das mais fotografadas que existe. Quando o comboio passa junto à cascata não há quem não fique de queixo caído com o cenário, e viajar no comboio e ver a cascata lá de cima deve ser também algo memorável, mas isso ficará para uma próxima visita.

Para chegar à cascata há que ir até à pequena vila de Collem e acreditem que esta parte não é fácil, quer dizer, pode ser, mas então deixa de ser barata. Para quem não tem transporte próprio, o táxi é a opção mais cómoda e rápida, mas nem vale a pena se a carteira não for recheada, o preço não é fixo, tem de ser negociado, mas independentemente do sitio de onde se parta, (seja Panjim a capital ou qualquer outra zona de praia) o preço nunca fica em menos de 35/40 Eur por trajecto de ida e volta.

Como no nosso caso esta hipótese estava fora de questão, tínhamos duas opções em aberto, ir de autocarro ou ir na scooter que já tínhamos alugada. Fomos por isso ao balcão de informações de turismo que fica mesmo no centro de Panjim, a capital do estado de Goa, que seria de onde iríamos partir.

Fomos recebidos com muita simpatia e deram-nos todas as informações que precisávamos. Mas infelizmente no dia em que pretendíamos ir não haveria autocarro disponível, sendo que fomos deixados apenas com a última opção, ir na nossa amiga “Albertina”, a scooter que nos acompanhou durante toda a estadia em Goa.

O caminho são cerca de 60km, mas a velocidade e a qualidade das estradas não permitem que seja percorrido em cerca de uma hora, nós demoramos mais ou menos duas horas e meia, com uma paragem para água de coco.

Iamos um pouco às cegas, sabíamos apenas que tínhamos de chegar a Colem e nada mais.

Ao chegar lá parecia um deserto, mas havia táxis por todo o lado. Estacionamos a scooter num largo de uma igreja conforme nos indicou um sr. e não pagámos nada. Depois começamos a andar até vermos turistas, e eles aumentavam, aumentavam, até que de repente chegamos a uma zona onde estavam dezenas e dezenas de pessoas, todos com coletes salva-vidas vermelhos vestidos, e foi então quer percebemos que era ali que tínhamos de ir à procura de um jeep até às cascatas.

Esta turista sou eu :)

Num pequeno balcão deixamos a nossa inscrição. Os jeeps levam 6 pessoas + 1 motorista. E o preço é fixo para cada carro cheio, se não houver pessoas suficientes o valor por pessoa aumenta até fazer o total do valor do carro. Para nossa azar, tudo o que era turista que ali estava tinha chegado em excursões e já com grupos feitos foi difícil arranjar outras 4 pessoas para fazer a lotação do jeep. Havia um grupo de 3 Indianos que estava a aguardar também e acabámos por ir com eles, sendo que éramos só 5, pagamos um bocadinho mais por pessoa.

Para além do bilhete do jeep, há ainda que pagar pelo colete salva-vidas, entrada no parque natural, e uma taxa de máquina fotográfica.... Indianisses!

O caminho até às Cascatas no jeep é uma autentica aventura, por entre estradas de terra batida com crateras do tamanho das da lua e riachos onde varias mulheres tentam (não sei como) lavar roupa no rio entre nuvens constantes de pó provocadas pelos carros a passar.

A quem tem problemas de coluna não se recomenda este trajecto visto serem 40min de pura tortura.

Paisagem a caminho da cascata

Após esta autentica viagem dos infernos chegamos às portas do parque natural e iniciamos a nossa caminhada por entre rochas e pequenas pontes. Desde o momento em que saímos do jeep até ao retorno ao mesmo temos uma hora, caso ultrapassemos esta hora outro tanto de rupias será cobrado. Entre caminhada de ida e vinda ficamos sensivelmente com 30min para estar a curtir a cascata, dar um mergulho, tirar fotos e com sorte ver o comboio a passar lá em cima.

Não parece justo depois de todo o trabalho que deu para lá chegar apenas uma hora para usufruir, mas tendo em conta as multidões que durante a época seca (sim na época das monções não é possível fazer o trajecto de jeep) visitam este lugar, se todos pudessem lá ficar dias inteiros não haveria lugar para tanta gente.

Nós conseguimos fazer tudo em uma hora e fomos os dois ao banho (um de cada vez, naquela água gelada de fazer doer o osso), tiramos fotos, vimos o comboio passar e ainda tivemos tempo para uma foto com um Indiano desconhecido que achou que não podia viver sem uma foto com o Pedro.

O retorno foi igualmente tortuoso e na chegada a Colem só conseguíamos pensar em ir rapidamente para Panjim e dormir a tarde toda.